O ano está quase acabando. Olhando para trás, avaliando os desafios esportivos de 2015, não tenho dúvidas de que a Mizuno Uphill Marathon (saiba mais aqui) foi a minha maior conquista. Correr 42 km morro acima, na maratona de asfalto mais “casca grossa” do Brasil, aprimorou minha força física, elevou o autoconhecimento, contribuiu ainda mais para o meu amadurecimento e, principalmente, me motivou a buscar um desafio maior em 2016.
E, esta motivação, aliada à escolha do perfil técnico da prova e à seleção de um desafio que fizesse sentido ao meu momento de vida, formaram o que chamo de Tríade de Decisão para a escolha da Ultra Fiord, na Patagônia Chilena.
Partindo pela perspectiva motivação, tenho a nítida lembrança que, após a Uphill, me sentia realmente forte, sem desconforto físico e com uma prazerosa sensação de missão cumprida. Embalado por esse sentimento, cogitei a possibilidade de encarar os 42 km da Muralha da China, a charmosa Maratona de Paris, o misticismo da Maratona da Ilha de Páscoa e até mesmo a ultra africana, Two Ocean, com seus 56 km. Tais desafios me encantaram também pelas oportunidades de lazer e descanso pós-prova. Minha motivação, no entanto, inspirava uma superação ainda maior.
Foquei então no segundo pilar da tríade. Será que eu estava realmente preparado para um percurso mais longo? Qual tipo de terreno, temperatura, obstáculos e altitude seriam desejáveis e possíveis? Para responder a essas perguntas, foram dois meses de pesquisas, conversas com meus professores e atletas renomados do trail run até a conclusão de que eu tinha condições físicas e psicológicas para enfrentar a preparação de uma ultramaratona. Nesse mesmo período, fui descobrindo um maior interesse por percursos montanhosos, baixas temperaturas e consideráveis desníveis. Essa predileção foi motivada pelo desejo do novo. Os meus últimos desafios, afinal, apesar de complexos, ocorreram em asfalto, concreto e estradões cascalhados, como a Patagonian International Marathon (saiba mais aqui).
Diante das motivações e perfil técnico pretendido, parti para o terceiro pilar bastante decidido. Realizei uma análise detalhada do calendário mundial dos grandes desafios em montanhas para identificar a prova que me faria brilhar os olhos e que estaria dentro das minhas possibilidades e alinhada ao meu momento de vida. Simpatizei inicialmente por provas nos Alpes Suíços, Polo Norte até que, em outubro de 2015, me rendi às paisagens inóspitas da Patagônia Chilena onde acontece a Ultra Fiord. A verdade é que a prova me encantou desde o primeiro momento, mas a confiança pela escolha veio somente depois de me certificar que ela cumpria todos os requisitos que julgo fundamentais: motivação, perfil de prova e conveniência pessoal.
Bastante seguro, parti para o processo de inscrição e, seguindo as regras da organização da prova, apresentei meu currículo esportivo. Após semanas de ansiedade, com muita satisfação, recebi minha aprovação para os 70 km.
Passada a trajetória da escolha, me dediquei ao planejamento de como seria toda a preparação, etapa mais estratégica e importante para encarar qualquer desafio. Atualmente, já estou bastante envolvido nas ações projetadas e compartilharei detalhes desta análise no próximo post. Não vai perder!
Por aqui me despeço, desejando um 2016 cheio de oportunidades. Que sejamos ainda mais fortes para vencermos os desafios da vida pessoal e profissional, especialmente, diante de um momento tão complexo em que vive o Brasil.
Até a próxima!