Quando seguia para o primeiro treino do mês e primeiro depois de um intervalo proibida de correr e dedicada à fisioterapia, a ansiedade era tremenda. Estava muito feliz pelo médico ter me liberado para voltar a correr – na verdade, estava liberada para trotar, com um pouco de medo de voltar a sentir aquela dor, com muita saudade dos meus companheiros de corrida, enfim, cabeça a mil e coração saindo pela boca (e nem tinha corrido).
Cheguei super cedo ao ponto de treino e isso foi muito bom para frear toda aquela ansiedade. Teve muito blá blá run e abraços apertados! Conversei muito com os treinadores, acertamos um treino levíssimo intercalando trote e caminhada, nos alongamos em grupo e com o bom humor típico da galera da Assembleia e lá fui eu. Fui sozinha porque não queria atrapalhar o ritmo de ninguém (naquele dia, não tínhamos iniciantes), mas fui sorrindo pelo caminho.
Fiz um treino curto, mas o suficiente para liberar endorfinas e me deixar confiante sobre esse retorno ao esporte. É claro que no final do treino teve mais blá blá run ainda, mais abraços, mais sorrisos e mais feedback. Foi no final desse treino que eu entendi o quanto fazer parte de uma equipe, ter uma assessoria, fazia falta na minha vida. Foi aí que eu entendi que correr junto faz diferença. Logo eu, que sempre me orgulhei de correr sozinha e não gostava mesmo de companhia, entendi que não é preciso correr ao lado, para se sentir acompanhado, para não se sentir solitário. Confesso que se eu tivesse que fazer tudo sozinha dessa vez, eu não teria ânimo. Essa lesão me deixou muito desanimada e, se não fosse a equipe, a volta seria adiada por um bom tempo.
Fiz uma semana de treinos e começou o carnaval… Eu amo folia! Ainda bem que consegui cumprir a planilha normalmente até sábado e, sem condições de fazer o treino de terça, cumpri direitinho na quarta. O que eu pensava que seria um problema, não foi por causa do apoio da equipe (mais uma vez, fundamental). Passado o Carnaval, me sentia tão bem correndo que até me senti preparada para o tão temido teste dos 3 km.
O tal teste que aterrorizou nossa equipe e fez o nosso grupo do Whatsapp se agitar tanto, nada mais era do que correr os tais 3 km na maior intensidade possível e com constância. Fácil, né?! Nem tanto! Começamos a terceira semana do mês fazendo um simulado para o teste e isso serviu para nos mostrar que realmente não era fácil, mas que era possível. E pra quê se preocupar tanto com um teste cujo objetivo é apenas mostrar os nossos limiares para a corrida? Confesso que fiquei mais tensa durante o simulado do que no teste em si. E não, meu teste não foi como eu queria que fosse. Mas refletiu a minha atual condição e disso eu não posso reclamar.
Fazer o teste dos 3 km foi muito importante para mim. Eu consegui ter uma verdadeira noção de onde estou e, como sei muito bem aonde quero chegar, consegui entender melhor as dificuldades do processo, o nível de dedicação que preciso ter e o quanto ainda preciso emagrecer para melhorar a velocidade, me afastar mais das lesões e correr mais tranquila. Eu amei fazer o teste! Só havia feito em 2008, quando comecei a correr e juro que foi bem pior que o desse ano. Ainda pude ver que não regredi tanto quanto costumo dizer. Esse tipo de acompanhamento me deixa mais confiante no trabalho que tem sido feito e com a certeza de que vou chegar onde quero e vou dar conta da prova alvo do Desafio Secreto.
Na última semana de fevereiro, tive uma infecção de garganta que me fez diminuir o ritmo. Tive febre e não estava conseguindo correr. Mas fiz pilates (que é outra novidade na minha vida) e caminhei um pouco. Enquanto estou em tratamento da bursite trocantérica, o ortopedista pediu que eu suspendesse a musculação e indicou pilates para o fortalecimento. Eu, que sou apaixonada por musculação, fiquei um pouco chateada, mas obedeci. Descobri outra paixão na minha vida. O pilates mexe com todo o meu corpo, está me ajudando muito no tratamento da bursite e ainda me ajuda a fortalecer, tonificar e alongar. Como não amar? Nem sei se volto mais para a musculação. O pilates me ganhou!
Fevereiro foi um mês intenso, de muito aprendizado, de retorno à corrida e de muita felicidade! Para completar minhas alegrias, fechei o mês com 7 kg a menos do que em dezembro (quando voltei a correr). É para comemorar ou não?! Foi um mês lindo! E tenho certeza de que melhor do que fevereiro, só março!!! Afinal, a vida anda é para frente e a minha evolução está avançando muito!