Abril foi um mês intenso. Tive dias muito bons e dias bem complicados. Matei alguns treinos e não me orgulho disso. Minha agenda ficou um pouco mais apertada. Ninguém falou que ia ser fácil, não é mesmo?! Apesar disso, a cada dia, percebo o quanto o Run está totalmente ligado ao Fun e isso me faz mais do que feliz.
Como ainda tenho muito a emagrecer e preciso ganhar condicionamento, tenho feito muitos treinos intervalados. Confesso que fico bem desanimada quando recebo minhas planilhas. Sei que os treinos não serão fáceis e acaba batendo aquele cansaço antes da hora. Mas saio tão feliz dos treinos – por ter conseguido, ter me permitido melhorar um pouco. Sei que são esses desafios que valem a pena! Como eu disse outro dia para o Euler Petrônio (um dos meus treinadores), eu reclamo muito desse tipo de treino, mas amo muito, muito, muito. É uma relação de amor e ódio, mas o amor é muito maior!
Há cerca de três meses venho lutando contra uma deficiência de ferritina que apareceu no meio do caminho. Tive anemia por muitos anos e sempre fiz tratamentos e adequações na dieta. Já faziam uns cinco anos que não tinha mais nada e sempre monitorava os meus índices (a cada seis meses). Descobri a deficiência de ferritina numa consulta ao dermatologista. Tomei comprimidos de ferro por dois meses e, surpreendentemente, minha ferritina abaixou ao invés de subir. Foi desanimador constatar isso nos meus exames. Há algo errado nessa história, mas ainda estou sendo virada do avesso para descobrir o que se passa com esse corpo.
Segundo Rodolfo Delfini,“o ferro é um elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos do organismo humano, desempenhando função central no metabolismo energético celular. Ele atua na produção de energia oxidativa, no transporte de oxigênio através da hemoglobina, armazena oxigênio na mioglobina da fibra muscular, intervém nas reações de transferência de elétrons, inclusive na da respiração celular da mitocôndria, tem papel fundamental na inativação de radicais livres e na síntese de DNA”. Isto é, o ferro é primordial para todos os processos do corpo humano e, sendo a ferritina a proteína que atua na reserva de ferro no nosso organismo, tal deficiência prejudica o meu corpo e o meu desenvolvimento como um todo.
Dos sintomas que eu tenho, os que mais me incomodam são: cansaço e sono permanentes e inchaço e dores nos pés. Cheguei a passar um domingo cozinhando sentada porque não conseguia ficar de pé por causa de dores nos pés. Em abril, fiz várias adaptações na dieta porque descobrimos que, apesar de eu me alimentar super bem, algumas combinações alimentares estavam prejudicando a absorção de ferro pelo meu organismo. Paramos com os comprimidos de ferro porque não conseguimos o resultado esperado e em maio vou fazer novos exames para verificar os resultados e definirmos as próximas estratégias.
Em abril, tivemos feriado prolongado e, a preguicinha, somada ao cansaço permanente da doença, me fizeram matar alguns treinos. Quando voltei, senti certa dificuldade em manter o ritmo e isso me deixou bem arrependida e chateada. Mas não dá para ficar muito desanimada, né? Estou correndo com frequência, me divertindo muito nos treinos, observando as reações do meu corpo, aprendendo muitas técnicas que me ajudam a correr melhor e com muito medo do Desafio Secreto. Mas seguindo em frente!
A fisioterapia está indo muito bem e nada chata. Confesso que sou apaixonada pelas minhas noites de segunda-feira, pois me divirto muito na fisio e sei que tenho tido resultados. O que dizer dos treinos às terças e quintas com a família Aqui é Roots? São os dias mais temidos e mais divertidos da semana! Rola aquele medo de não conseguir, mas aquela ansiedade boa de reencontrar os amigos e me sentir apoiada nos treinos!
Nas quartas e sextas é a vez do pilates e logo em seguida musculação (essa é a novidade na minha agenda do mês), e tem sido intenso. Depois que meu fisioterapeuta e a professora de pilates conversaram, a coisa ficou séria e pesada e tenho gostado muito mais das aulas! Aos sábados (e às vezes, domingo), é dia dos treinos longos e, na maioria das vezes, solitários. São os dias em que eu corro na rodovia, sem música, ouvindo minhas passadas e curtindo o visual das montanhas de Itabirito!
Por que eu incluí a musculação na rotina? Porque ainda estava sentindo falta de alguns estímulos. Sei o tamanho do desafio ao qual me propus e sei o quanto preciso que o meu corpo esteja apto aos treinos. Conversando com meu fisioterapeuta, decidimos que seria interessante incluir a musculação, mas com treinos mais específicos para os meus problemas e foi isso que fiz. Não está fácil cumprir essa rotina. A vida pessoal fica totalmente em segundo plano. Sempre digo que, até o final do Desafio Secreto, minha vida se resume a trabalho e treino. E só. Mas realmente não ligo. Estou muito feliz com a minha rotina e mais ainda com a minha dedicação! Sei que vai valer a pena.
Em abril, percebi que muitas coisas ruins estão acontecendo, que muitos problemas de saúde apareceram, mas tenho descoberto muitos profissionais sérios, que tem somado muito à minha vida, aos meus treinos e que acreditam na minha capacidade. É óbvio que seria muito mais fácil se a saúde estivesse perfeita, se a disposição fosse transbordante, se a dieta não saísse dos trilhos e a evolução fosse constante. Mas não seria tão desafiador. Talvez a conquista não tivesse tanto valor!
Outro dia dei uma palestra sobre Gestão do Tempo e, foi organizando o material da palestra, que eu percebi o quanto tenho me dedicado, o quanto tenho otimizado meu tempo e a quantidade de pessoas que eu consegui agregar ao meu projeto! São três médicos, cinco treinadores de corrida envolvidos (Aqui é Roots, sua linda!), um fisioterapeuta esportivo, duas professoras de pilates (mais fisioterapeutas!), 1 treinador de musculação, 1 nutricionista, 1 coach de emagrecimento (mais uma vez, obrigada Aqui é Roots) e alguns amigos que me incentivam o tempo todo e dão forças para que eu não desista. Confesso que pensei várias vezes em desistir ao longo desse mês, mas não vai ser dessa vez!
Não é fácil administrar o tempo para cumprir todos os compromissos que essa vida de aspirante a atleta tem imposto, mas mais difícil mesmo é suar a camisa para conseguir resultados! Mais difícil mesmo é vencer a inércia e sair para treinar. Extremamente difícil é me reerguer após cada notícia ruim. Mas ninguém disse que seria fácil, que seria um caminho reto e florido. Eu optei por me desafiar e agora optei também por lutar e continuar! Então, vambora porque vai começar o quinto mês do Desafio Secreto, exatamente metade! É hora de evoluir para tornar esse sonho possível!